O erro do outro

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Já reparou como é muito primitivo acusar “o outro” de tudo que deu errado?

Meu celular não despertou. Perdi a hora. Fato.

O caos estava feito: como explicar aos outros o que aconteceu de verdade? Será que alguém vai acreditar em mim, ninguém vai acreditar nessa história ou que vergonha. Estes e outros pensamentos estavam dançando pela minha mente em apenas dois segundos.

Tentava ligar na tomada e nada! Muerto! Ligava e desligava o botão e nada. Reconectei o cabo, pela terceira vez e nada! Uma vozinha dentro de mim disse para tentar todas as conexões. E EUREKA! Ele não está morto: ele estava vivo! Faltou checar a conexão do cabo USB com a entrada da fonte de energia. Só isso.

Mas já estava no estresse.

Com certeza a diarista ontem na limpeza desconectou os dois cabos e esse foi o motivo de eu perder a hora, logo eu uma pessoa tão responsável, tão dedicada! Esses são argumentos que o nosso Ego usa para dizer que somos tão importantes.

Claro que a culpa não foi minha! Digo eu para eu mesma.

Este é o drama do Ego: sempre aumentando os fatos.

Agora a verdade: a diarista nem veio ontem, fui dormir na hora normal, sem nenhum fato novo justificável, e fui eu mesmo que não conectei os cabos. Simples assim, o humano não pode errar às vezes, ou mesmo, deixar de fazer tudo na perfeição estreita?

Foi o que aconteceu: eu mesma era a responsável por eu ter perdido a hora. Não deu nada. Tudo de ajeitou e nem houve nada grave, mas a mania de ser perfeito em tudo … E o perigo de acusar “os outros” por tudo que não deu certo.

E se eu tivesse dado “piti”, teria piorado tudo. Haveria, ainda, a vergonha de ter sido injusta com a diarista, ou com o gato, ou com as visitas, sei lá. Que bom que eu me acalmei e resolvi tudo internamente.